quinta-feira, 22 de março de 2007

O crescimento da população brasileira

O crescimento da população brasileira

Poucos países conheceram um crescimento populacional tão grande e rápido como o que ocorreu no Brasil nos últimos 120 anos.

De 1872 (primeiro censo) a 1991 (décimo censo) , a população brasileira passou de quase dez milhões para pouco menos de 150 milhões de pessoas, um aumento de quinze vezes em menos de 120 anos.

Em apenas três décadas (período 1950-1980), a população brasileira teve um acréscimo de 67 milhões de pessoas: passou de 52 para 119 milhões. Esse acréscimo é muito superior à população atual de alguns países, como, por exemplo, a França, Itália e o Reino unido (cerca de 57 milhões, cada). Equivale, também, ao dobro da população atual da Argentina (33 milhões de pessoas).

Como se explica o elevado crescimento populacional ocorrido no Brasil?

Em qualquer país, o crescimento populacional resulta de duas variáveis: as migrações externas (entrada e saída de pessoas do país) e o crescimento natural ou vegetativo da população (diferença entre as taxas de natalidade e as de mortalidade).

No caso do Brasil, apesar de a imigração ter contribuído de forma decisiva no aumento populacional, sem dúvida foi o crescimento vegetativo o fator principal do aumento populacional.

Entre 1872 e 1940, período em que o Brasil recebeu cerca de 80% do total de imigrantes, as taxas de crescimento populacional situaram-se em torno de 1,8% ao ano.

A partir de 1940 e até 1980, período em a imigração foi insignificante, as taxas de crescimento populacional situaram-se sempre acima de 2,3% ao não. Na década de 50, a de maior crescimento, as taxas situaram-se próximas a 3%.

Assim, se até a década de 30 a imigração teve participação importante no crescimento populacional, a partir de então o crescimento populacional passou a depender, quase exclusivamente, do crescimento vegetativo.

O ritmo relativamente lento do crescimento populacional brasileiro no período 1872-1940 é explicado pela combinação de elevadas taxas de natalidade (ausência de métodos e práticas anticoncepcionais) e altas taxas de mortalidade principalmente a infantil, decorrente sobretudo da precariedade das condições médico-hospitalares e higiênico-sanitárias, da desnutrição, das doenças de massa, da diarréia infecciosa, das doenças respiratórias, etc.

Essa situação demográfica, caracterizada por elevadas taxas de natalidade e mortalidade (nascem muitos e morrem muitos) e crescimento populacional relativamente baixo, é típico de países muito atrasados e corresponde à primeira fase do ciclo demográfico.

No início da década de 1990, ainda existiam algumas países nessa situação. Guiné-Bissau, país da África ocidental e um dos mais pobres do mundo, é um exemplo.

As características demográficas atuais de Guiné-Bissau são semelhantes as que o Brasil apresentava na década de 30.

O pós-guerra e a explosão demográfica

No período pós-Segunda guerra Mundial, o Brasil ingressou na Segunda fase do ciclo demográfico, ou seja, na etapa de maior crescimento populacional.

O explosivo crescimento populacional ocorrido no período situado entre a década de 40 e a de 80 resultou da seguinte combinação de variáveis demográficas: redução muito lenta da natalidade e a queda acentuada da mortalidade.

Entre 1940 e 1980, enquanto a taxa de natalidade passou de 44% para 33%, a taxa de mortalidade passou desabou de 25,3% para 8,1%. Em conseqüência, a taxa de crescimento populacional que era da ordem de 1,8% em 1940, saltou para quase 2,5% em 1980. Na década de 50, a taxa de crescimento atingiu quase 3% ao ano, uma das mais elevadas do mundo, na época.

No período de 1940-1980, a taxa média de crescimento anual da população brasileira situou-se em tono de 2,6%.
Para se ter uma idéia do que isso significa em termos de aumento populacional, observe que:
· Para uma taxa de crescimento anual de 3%, a população duplica a cada 23 anos;
· Para uma taxa de 2,5%, a população duplica a cada 28 anos;
· Para uma taxa de 1%, a população duplica a cada setenta anos.
Em apenas trinta anos, por exemplo, no período de 1950-1980, a população brasileira mais que dobrou: passou de 51,9 para 119 milhões de pessoas (133% de aumento no período). Entre 1940 e 1980, a população quase triplicou: passou de 41 para quase 120 milhões.

Essa bomba humana, conhecida pelo nome de “explosão demográfica”, não foi privilégio do Brasil. No período pós-Segunda Guerra Mundial, ela atingiu todo o terceiro Mundo. De 1940 a 1980, a população mundial mais que dobrou: passou de 2 bilhões para quase 4,5 bilhões de pessoas (125% de aumento). Cerca de 90% desse aumento coube ao Terceiro mundo.

As razões dessa “explosão demográfica” ocorrida no terceiro mundo são aquelas já mencionadas no caso do Brasil: persistência se elevadas taxas de natalidade e eedução acentuada das taxas de mortalidade.
A rápida e acentuada queda das taxas de mortalidade no Terceiro Mundo resultou de várias causas, tais como: progresso mundial da medicina e da bioquímica, urbanização dos países subdesenvolvidos, acompanhada da melhoria das condições médico-hospitalares e higiênico-sanitárias, combate às doenças de massas etc.

Por outro lado, a persistência de elevadas taxas de natalidade está relacionada a fatores que dificultam a adoção de métodos artificiais de controle da natalidade, como, por exemplo: influência religiosa, baixa escolaridade da população, pobreza, elevado contingente de população rural etc.

Questões:

1) No Brasil, doenças "velhas" - como tuberculose, cólera, malária, febre amarela, hanseníase, dengue e sarampo - têm matado mais do que doenças "novas", como a AIDS. Segundo a Fundação Nacional da Saúde, cerca de dezoito mil pessoas morreram, nos últimos três anos, de doenças "antigas", entre elas cólera e dengue, que são consideradas doenças reemergentes. Além dessas, outras doenças "velhas" voltam a rondar e ameaçar a saúde da população brasileira. A distribuição geográfica dessas moléstias não se limita mais a focos isolados, mas espalha-se pelo país. Com base no texto e em seus conhecimentos, analise as afirmativas a seguir.

I. A fragilidade das barreiras sanitárias do país, o reduzido investimento em saúde pública e o deficiente equipamento sanitário (água encanada e esgotos) facilitam a contaminação e justificam o retorno das doenças "velhas".
II. As doenças "velhas", basicamente infecciosas e parasitárias, também conhecidas como "doenças tropicais", são típicas de países pobres que têm essa situação provocada em função de sua localização geográfica.
III. No Brasil, as áreas mais vulneráveis a essas doenças "velhas" estão nas regiões Norte e Nordeste, nos aglomerados urbanos carentes de equipamentos sanitários e nas zonas rurais mais pobres.
IV. Doenças "novas" como a AIDS se restringem, no Brasil, às regiões altamente industrializadas e desenvolvidas, devido à rapidez e à multiplicação dos contatos, enquanto, na África, essa doença se espalhou pelo continente.

Estão corretas apenas as afirmativas
a) II e IV.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I e II.
e) II e III.

2) Leia o texto seguir.

"Política é osso duro de roer? As CPI e o 'mensalão' são as gotas d'água para que você risque Brasília do seu mapa? Não é todo mundo que abomina o assunto política, mas, mesmo com as recentes denúncias com efeito dominó e um governo em crise, há quem prefira tapar os ouvidos e fechar os olhos. [...]. Segundo Luisa, idealismos andam em baixa: 'A minha mãe, por exemplo, participou do movimento estudantil. Ia às ruas, a passeatas enormes, para mostrar o que queria'. Filiada à Sociedade Vegetariana Brasileira, Luisa diz que hoje isso mal se vê: 'As passeatas de que eu participo, de antiglobalização ou de ambientalistas, são sempre pequenas, com poucas pessoas com garra e determinação. Mudou, em geral'."
("Folha de S.Paulo", São Paulo, 4 jul. 2005. Folhateen, p. 6.)
Com base na imagem e no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. A transformação dos ideais entre as gerações se deve à permanência do totalitarismo como regime político.
II. As gerações mais jovens renunciaram ao seu engajamento político após denúncias de corrupção no governo.
III. Houve, por parte das gerações mais novas, uma atualização do conteúdo e das estratégias das lutas políticas.
IV. A globalização, o desemprego e a questão ambiental estão diretamente relacionados com a redefinição dos idealismos que norteiam a participação política das gerações mais jovens.

Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

3) Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cujos dados foram divulgados pela mídia em janeiro de 2005, há no Brasil um número maior de pessoas com sobrepeso do que pessoas passando fome.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir.

I. O texto revela que o problema da fome foi superado e que o sobrepeso apresentado pelos brasileiros é uma expressão da melhoria de sua qualidade de vida.
II. O sobrepeso em brasileiros revela que a adoção de políticas de saúde pública direcionadas à eliminação da subnutrição constitui-se em erro estratégico para o país.
III. A fome e a obesidade são problemas distintos e, neste caso, coexistem e mantêm suas respectivas relevâncias sociais.
IV. Tanto a fome quanto o sobrepeso são expressões da hegemonia do mercado, que condiciona a satisfação de necessidades básicas à primazia do lucro.

Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.

4) Observa-se no Brasil atual um desequilíbrio entre gêneros na população brasileira, causado
a) pela maior presença de mulheres no mercado de trabalho, que gera violência doméstica contra mulheres, resultando em mais homens no Brasil.
b) pela violência urbana e pela maior exposição dos homens a acidentes, resultando no predomínio de mulheres no Brasil.
c) pelo crescente desemprego estrutural e de separações, o que leva ao aumento de suicídio de mulheres e ao predomínio masculino entre a população brasileira.
d) pela escolaridade mais elevada e pelos melhores salários pagos às mulheres, o que leva homens aos negócios ilícitos e à sua morte, levando à maior presença feminina.
e) pelo extermínio de homens líderes sindicais e pelo confinamento de mulheres como escravas brancas, que geram um saldo populacional positivo de mulheres no país.

5) A questão está relacionada ao gráfico e às afirmações a seguir.

I. A taxa de mortalidade infantil é um dos mais importantes indicadores da qualidade de vida da população.
II. A sensível diminuição da mortalidade infantil está relacionada a vários fatores, entre os quais o processo de urbanização e o aumento das condições médico-hospitalares.
III. Desde a década de 1970 que a taxa de mortalidade infantil tornou-se relativamente homogênea, havendo pouca variação entre as regiões brasileiras.
IV. A partir do ano 2000, a taxa de mortalidade infantil tenderá a se estabilizar, pois já atingiu o patamar considerado ideal para um país em desenvolvimento.

A leitura do gráfico e os conhecimentos sobre a população brasileira permitem concluir que está correto apenas o que se afirma em
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

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