domingo, 24 de maio de 2009

Crise de 1929 X Crise Mundial Atual

Fazendo apanhados aqui e ali na web, montei este quadro comparativo das duas crises econômicas.

Fontes: Sites Observatório da Imprensa; Sardenberg, C. A; Jornal O Globo.


Crise de 1929
Origem: Crise Financeira, com conseqüente queda de consumo em momento de superprodução. Principal setores atingidos: a agropecuária e o setor extrativista (que ocupava ¼ da população dos EUA na época) e as atividades financeiras e industriais .
Em 1933, quando F. Roosevelt assumiu (após o governo republicano de Herbert Hoover), quatro mil bancos comerciais tinham ido à falência, destruindo as poupanças de seus clientes. Roosevelt assumiu 4 anos após o início da crise. Em 1939, começaria a Segunda Guerra Mundial.
Em 1929/33, o desemprego foi a 25%, a renda nacional, dos norte-americanos, caiu pela metade, e não havia seguridade social
Em 1929, o então secretário do Tesouro, Andrew Mellon, dizia que a falência de trabalhadores, investidores, fazendeiros e proprietários teria o efeito positivo de fazer com que as pessoas "trabalhassem duro, com mais valores morais";
Em 1929/33, o Federal Reserve, surpreendido pela crise, elevou juros e apertou a política monetária; Essa política derrubou ainda mais o consumo e criou a recessão;
Em 1930, as outras maiores economias do mundo, URSS, Japão e Alemanha, eram dirigidas por inimigos dos EUA e do capitalismo;
Com a grande depressão o capitalismo monopolista entrou em crise. Na época, o contraponto ao capitalismo, o regime comunista, influenciou a política econômica do intervencionismo estatal (o capitalismo regulador), chamado de Keynesianismo. Entre as medidas aplicadas no New Deal, destacaram-se:
O controle sobre bancos e instituições financeiras;
construção de obras de infra-estrutura para a geração de empregos e aumento do mercado consumidor;
concessão de subsídios e crédito agrícola a pequenos produtores familiares;
criação de Previdência Social, que estipulou um salário mínimo, além de garantias a idosos, desempregados e inválidos;
controle da corrupção no governo;
incentivo á criação de sindicatos para aumentar o poder de negociação dos trabalhadores e facilitar a defesa dos novos direitos instiuídos.
A aplicação de medidas para ganho de produtividade e redução de custos (Fordismo)



Crise de 2008/2009
Origem: Crise Financeira, com conseqüente queda de consumo. Principal setor atingido: o mercado de imóveis e as seguradoras; Posteriormente, grandes empresas automobilísticas, de coméricio Varejista e outras.
Em 2009, quando o Democrata B. Obama assumiu, 19 bancos tinham quebrado, mas a maioria dos clientes teve seu dinheiro protegido pelos seguros de depósitos. Obama assumiu com um acordo já feito com o ex-presidente George Bush sobre as medidas anti-crise. Obama promete tirar suas tropas do Iraque, mas assumiu uma ofensiva contra os Talibãs (no Afeganistão).
As previsões são de uma taxa de desemprego em torno dos 8%.
Atualmente, as autoridades estão fazendo de tudo e gastando um monte de dinheiro público para resgatar pessoas e negócios;E, vários países ocorreram manifestações contra uso do dinheiro público no socorro a empresas, bancos e seguradoras;
Atualmente o Fed, dirigido por um especialista na Grande Depressão, reduziu os juros agressivamente e injetou centenas de bilhões de dólares no sistema financeiro;Vários países em conjunto reduziram as taxas de juros, para fim de incentivo ao consumo;
Hoje, as maiores economias e os emergentes, no G-20, estão todos no capitalismo e coordenando esforços para superar a crise.
Hoje, novamente vemos uma grande crise do capitalismo monopolista (neo)liberal. O que virá? Parte do sistema financeiro e empresas de Seguros foram assumidas por governos, nos EUA e Europa. A crise atual é quase tão séria quanto. Partiu da especulação (capitalismo) descontrolada (liberal) sobre mercados fortes (monopolistas) para a economia real. A segunda maior varejista de produtos eletrônicos nos EUA, a Circuit City, faliu. As três grandes montadoras estão na beira da falência, Ford, GM e Chrysler. O desemprego já é recorde e não pára de subir e as dívidas das famílias são enormes. Mesmo a dívida do país, a soberana, é monstruosa. Já são quase US$ 13 trilhões. Isso mesmo, treze trilhões de dólares, o equivalente ao PIB americano. Portanto, podemos estar ou não diante de um novo 1929.

Um comentário:

lucas jesus ferreira disse...

é realmente imprecionante estas duas crises finaceiras!